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Exploring hidden life in urban derelicts and alternative planning proposals for the perforated city

PTDC / ATP-EUR / 1180 / 2014

ABSTRACT | RESUMO

The experience of contemporary urbanity is inescapably marked by the presence of abandonment, ruination and emptiness. Ruins, abandoned buildings and vacant lands are ubiquitous presences in contemporary cities. In Portugal, the model of urban development in the past decades, driven by real estate speculation, led to discontinuous city growth, leaving many vacant lots. On the other hand, new forms of modern ruins have been added to the historic ruins becoming a part of the cityscape: abandoned manufacturing plants, closed cinemas, derelict barracks, dead malls, unfinished real estate projects, etc.

These elements are usually seen in a negative way. The ruined city is one of the strongest dystopias of late modernity, with great expression in visual culture (photography, sci-fi movies, comics, electronic games, etc.). Ruins and vacant lands are equated with emptiness, death and disorder. Urban planning has followed this hegemonic sensitivity that demonizes ruins and vacant lands: revitalization of historic centres, regeneration of old industrial areas and urban re-densification strategies in order to rehabilitate the compact city, all have become priorities for the urban policies in the past few decades; an intense desire for erasing ruins and occupying vacant lands is present in all of them. Since the focus has been put in reversing urban ruins and derelicts, little attention has been devoted to the analysis and understanding of the ruination processes and to the study of the morphology and abilities of those spaces, namely in Portugal. The Project NoVOID aims to fill this gap. Inspired by the Solà-Morales’ concept of terrain vague, we intend to think of the qualities of the abandoned and ruined spaces in the city and to discuss positively their value and potentialities. The approach we propose understands the city as a socio-techno-natural system and sees the abandoned and ruined spaces as privileged sites of socio-natural hybridizations, where the technological and the biological, the human and the non-human, interpenetrate. The biophilic dimension of these spaces will therefore be duly considered.

The Project NoVOID is organized in three stages. Since it is not known with accuracy which relevance ruins and vacant lands have in cities (how many they are, where they are, how much area they occupy), determining their number, size and localization, typifying their various forms, and understanding their dynamics of production and evolution are the goals of Stage 1.  In Stage 2 we identify the human and non-human actors who appropriate those spaces, the socio-cultural meanings of urban derelicts, and how they are materially and symbolically transformed through the various performativities that occur in them. The last Stage of the project aims to investigate, discuss and propose planning solutions. Our goal is to debate and test innovative urbanistic and architectural solutions driven by low-cost, flexibility, ephemerality and sustainability criteria.

To meet meet these purposes, a multi-method approach is adopted in NoVOID: it combines quantitative methods (statistical analysis of census data, remote sensing and vertical aerial photography interpretation, fauna and flora inventories, modern archeology methods), with archival work and ethnographical qualitative methods (observation and interviews). Fieldwork is very important. As such, NoVOID cannot cover the entire universe of Portuguese cities. A sample of four shrinking cities were chosen to be studied in detail by the NoVOID team: Barreiro, Guimarães, Lisbon and Vizela.

 

The Project started in May 2016 and has a duration of 36 months.

A experiência da urbanidade contemporânea está marcada pela presença do abandono, do vazio e do arruinamento. Ruínas, edifícios abandonados e terrenos vagos são presenças ubíquas nas cidades. O modelo de desenvolvimento urbano seguido nas últimas décadas em Portugal conduziu a um crescimento descontínuo das cidades que deixou muitos terrenos vagos no seu interior. Por outro lado, novas formas de ruínas vieram juntar-se às ruínas históricas, tornando-se parte da paisagem urbana: fábricas abandonadas, quartéis desmantelados, cinemas encerrados, centros comerciais 'mortos', empreendimentos imobiliários não terminados, etc.

Estes vários elementos são normalmente vistos de forma negativa. A cidade em ruínas é uma das mais poderosas distopias da modernidade tardia, com expressão na fotografia, cinema de ficção científica, banda desenhada, jogos eletrónicos, etc. Ruínas e terrenos vagos são conotados com vazio, morte e desordem. O planeamento urbano tem seguido esta sensibilidade hegemónica que demoniza as ruínas e os terrenos vagos. Revitalizar os centros históricos, regenerar velhas áreas industriais e redensificar o urbano para fazer renascer a cidade compacta têm sido prioridades das políticas nos últimos decénios. Um intenso desejo de erradiar as ruínas e ocupar os vazios domina em todas elas. Como o foco tem sido posto na reversão das ruínas e dos vazios, pouca atenção tem sido dada ao entendimento dos processos de arruinamento e à caracterização dos espaços arruinados e vacantes. O projeto NoVOID pretende ultrapassar esta lacuna. Inspirado no conceito de terrain vague de I. Solà-Morales, propõe-se explorar a vida dos espaços urbanos abandonados e discutir as suas virtualidades. A abordagem que propomos baseia-se no entendimento da cidade como um sistema sócio-técno-natural e vê os espaços abandonados e arruinados como sítios privilegiados de hibridizações sócio-naturais, onde o tecnológico e o biológico, o humano e o não-humano, se interpenetram. A dimensão biofílica destes espaços será por isso objeto de grande atenção.

O Projeto NoVOID compõe-se de três etapas. Recensear as ruínas e os terrenos vagos das cidades, e compreender as suas dinâmicas de produção e evolução, é o objetivo da primeira etapa. Na Etapa 2 pretendemos identificar os atores humanos e não-humanos que estão presentes, usam e se apropriam destes espaços, assim como compreender de que forma ruínas e vacantes são reinterpretados e transformados através das performatividades que ocorrem neles. A última etapa do projeto tem por objetivo investigar, discutir e propor propostas de planeamento para esses espaços que escapem às fórmulas comuns da regeneração urbana. A nossa intenção é debater e testar soluções arquitetónicas e urbanísticas inovadoras conduzidas por critérios de baixo custo, flexibilidade, efemeralidade e sustentabilidade.

Para cumprir estes objetivos, o Projeto NoVOID adopta uma abordagem multimétodo que combina métodos quantitativos (dados estatísticos, teledeteção e interpretação de fotografia aérea vertical de alta resolução, inventários botânicos, métodos de arqueologia moderna) com métodos qualitativos etnográficos (observação e entrevistas) e trabalho de arquivo. Grande parte da informação recolhida e analisada resulta de trabalho de campo. Como tal, o Projeto NoVOID não pode cobrir o universo total das cidades portugueses. Quatro cidades em perda demográfica são objeto de estudo detalhado: Barreiro, Guimarães, Lisboa e Vizela. 

 

O Projeto NoVOID teve início em maio/2016 e terá a duração de 36 meses.

NOSSOS CURSOS
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